Queda de avião na Índia: sobrevivente relata falha de motor antes do impacto e alerta para falhas operacionais
A tragédia aérea que abalou a Índia nesta semana continua a gerar forte comoção e investigação intensa por parte das autoridades. Um dos passageiros sobreviventes do voo IA472, que caiu em uma área rural do estado de Maharashtra, ofereceu um testemunho chocante que pode ser crucial para a compreensão das causas do acidente. Em entrevista à imprensa local, o passageiro afirmou que ouviu um barulho muito alto vindo do motor esquerdo, seguido por uma queda repentina e brusca.
A aeronave, um turboprop da companhia nacional Air India Regional, transportava 73 pessoas — entre elas, sete tripulantes — em um voo de rotina entre Hyderabad e Mumbai. A queda ocorreu cerca de 27 minutos após a decolagem, quando o avião sobrevoava uma área de transição entre zonas agrícolas e pequenas aldeias.
“Houve um ruído agudo e depois o avião perdeu altitude subitamente. Pessoas gritaram. Alguns objetos foram lançados contra o teto. Estava tudo instável”, relatou o passageiro Arun Patil, de 38 anos, que teve ferimentos leves e ajudou no resgate de outros sobreviventes.
A investigação preliminar aponta para uma falha de propulsão em um dos motores. Segundo o Departamento de Aviação Civil da Índia, a aeronave estava em boas condições técnicas e havia passado recentemente por manutenção. As caixas-pretas já foram enviadas para análise em Nova Deli e revelam uma súbita queda de pressão hidráulica no motor esquerdo pouco antes da perda de altitude.
O comandante Rakesh Thakur ainda tentou manobras de emergência e chegou a solicitar um pouso forçado, mas perdeu comunicação com a torre de controle instantes depois. O avião colidiu com uma plantação e se partiu em três seções.
A atuação dos sobreviventes, como Arun Patil e a jovem estudante Sneha Rao, foi fundamental no resgate de dezenas de passageiros. Helicópteros do Exército indiano e socorristas locais auxiliaram nos trabalhos, apesar do difícil acesso à área do acidente.
Além da análise técnica, a tragédia levanta questões sobre a segurança operacional da aviação regional na Índia. A Air India Regional já havia sido multada anteriormente por falhas operacionais. O ministro da aviação, Rajiv Prasad, anunciou um inquérito detalhado, com participação de peritos internacionais. A investigação também irá apurar se peças utilizadas na manutenção eram de procedência autorizada.
O acidente gerou comoção nacional. O primeiro-ministro Narendra Modi expressou condolências públicas e decretou luto oficial de três dias. Vigílias, homenagens e pressões por reformas no setor aéreo se intensificaram em todo o país.
Especialistas internacionais acompanham o caso com atenção. Segundo Daniel Rothschild, da FAA, a perda de controle da aeronave indica possíveis falhas de sensores ou de treinamento da tripulação. O fabricante do modelo Dash 8 Q300 também participa das investigações.
Enquanto se aguarda o relatório final, previsto para os próximos meses, o governo iniciou o pagamento de compensações às famílias e avalia a implementação de novas políticas de fiscalização. O episódio reforça a necessidade de investimentos contínuos em segurança, manutenção rigorosa e controle institucional sobre o setor aéreo indiano.
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